quinta-feira, 28 de maio de 2009

A ARTE DE INSULTAR


Embora possamos insultar os outros com gestos e atitudes, o gesto genuíno, o bom insulto é sempre verbal. Afinal dispomos de palavras humilhantes que equivalem a projéteis sonoros. Na nossa cultura as palavras mais utilizadas estão geralmente direcionadas a pouca inteligência. Portanto, aqui segue uma lista de 4 insultos e suas origens popularmente usados pelo povão!


IDIOTA: Quase cinco séculos antes de Cristo, o estadista e general grego Péricles (495-429 a.C.) classificou de idiotes ( de idios: "separado", "privado") os cidadãos que se ocupavam exclusivamente com seus assuntos particulares e não se envolviam com os problemas de Atenas. A participação nas decisões coletivas era a essência da democracia ateniense. Os que desertavam desse poder cívico eram, muito naturalmente, olhados com desprezo e o vocábulo logo passou a ser usado como insulto. Além de designar os maus cidadãos, idiotes terminou englobando também a idéia de alienação do mundo concreto e real. Quando chegou a Roma, que trataria de difundi-lo pela Europa, o termo "idiota" já estava ligado, como hoje, à ignorância ou à de debilidade mental.


IMBECIL: No sentido original que tinha no latim, o vocábulo imbecillis significava "fraco", "frágil". A decisão de um juiz, o estado de espírito de um governante, uma mulher, uma criança pequena, a saúde de um cidadão - tudo isso poderia ser qualificado de imbecil (as mulheres são classificadas até hoje! BRINKS), nesse sentido primitivo do termo. Pouco a pouco a partir do século XVI, a palavra vai-se limitando a indicar a "fraqueza da inteligência".


CRETINO: Veio de "cristão" (coincidência?! rs). Em certos vales isolados dos Alpes suíços, na Idade Média, a ausência de iodo na comida fez surgir muitos indivíduos deformados, com inteligência reduzida, quase anões, mirrados, pálidos e com a pele murcha. Para que a população os tratasse com compaixão, os padres da região lembravam que essas infelizes criaturas (nossa! que ajuda hein?!!) também eram filhos de Deus, eram "cristãos" - em francês chrétien; no dialeto da região, cretin. A partir do século XIX, tornou-se uma das formas preferidas de insultar a inteligência alheia.


CANALHA: O insulto preferido de Nelson Rodrigues veio do italiano canaglia, literalmente "cachorrada" (de cane, "cão") e designava, no seu sentido primitivo, a plebe, a ralé, a gentalha. Hoje o termo perdeu o seu valor coletivo e passou a ser um insulto individual, tendo adquirido o sentido de sujeito vil, traiçoeiro, sem princípios e sem caráter, ou até mesmo como integrante do PSDB!

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